Da efemeridade das minhas memórias 1467255600 sinto que vivi incontáveis vidas vidas imensuravelmente diferentes estranhamente nubladas reconhecidamente vazias e das vidas que me lembro não me lembro de coisas boas sei que existiram mas me fogem como em um sonho sinto como se fosse tudo falso tudo digitalizado para o meu cérebro fazem um hard reset a cada dois anos poucas coisas sobrevivem à ele… e a cada hard reset: os ambientes mudam as pessoas mudam o que eu sinto muda eu mudo a incerteza das suas própias memórias é algo bem perturbador até você relativizar toda a existência e se diminuir a acasos e processos químicos aquele clichê pseudo trágico existencial de sempre essa incerteza se desfaz quando a impossibilidade lógica de saber se você é real ou não se você é apenas mais um programa de computador se tudo é apenas uma máquina virtual rodando em algum sistema —universo— operacional e por mais absurdo e ridículo que isso soe me conforta pensar que eu não sei que eu não sei que eu não sei eu não sei eu não sei não eu não eu não eu não eu não eu não eu e isso basta basta porque o não-eu não sabe porque não saber e nunca saber é a única porra de sentido que encontrei